I wish I were a Warhol silk screen hanging on the wall. Or little Joe or maybe Lou. I'd love to be them all. All New York's broken hearts and secrets would be mine. I'd put you on a movie reel, and that would be just fine. Ian Curtis
15.1.09
É bonita a democracia. Aquele que é o pior sistema, a seguir a todos os outros. É uma coisa gira. Dá para brincar às políticas e às politiquices. Longe, muito longe, séculos atrás mesmo, vai o tempo em que para os gregos era um privilégio, o exercício do poder. Hoje não. É altruísmo, dizem. Um hobbie, pois nunca ninguém diz que é profissional da política, mesmo aqueles que nunca fizerem porra nenhuma diferente na vida. Um sacrifício, dizem ainda outros, ao qual nunca foram obrigados. No fundo, um armarem-se de peito inchado, está em causa muito por pouco. Muito dinheiro, por pouco trabalho, entenda-se.

Mas o engraçado mesmo da democracia, é o exercício da mesma por aqueles que lhe cantam intermináveis elogios. A César o que é de César. No entanto acho que estes democratas nunca ouviram a expressão. Pronto, não são muito dados, quiçá, às lides religiosas, onde a expressão ganha mais força.

Ora bem, ilustrando: no Parlamento faz-se uma coisa (dorme-se, bate-se palmas e grita-se “muito bem”), no Governo faz-se outra (coloca-se os pés em cima da mesa enquanto se vê televisão e a empregada – os privados – procura arrumar a coisa, mas como é esperta – os privados – rouba que nem gente grande o Gigante adormecido – que de gigante só mesmo o tamanho que depois desfaz-se que nem um pardaleco ao mínimo sorriso e promessas vãs) e por fim nos Tribunais outra (anda tudo de rabo para o ar à procura da sô dona justiça, quando esta já lá vai à corrida de saias na mão na terra-de-ninguém). Os três poderes. Idealizados por um, defendidos por outros e proclamados por milhares.

Sucede que já ninguém sabe o que deve fazer e anda tudo aos trambolhões metido num fosso. Mas, voilá, há uns sôtores, embebidos do famoso Chico-Espertismo português – que semelhante ao “de santos e loucos todos temos um pouco” está presente em cada tuguinha – e vá de chamar tudo o que é gente ao Parlamento para tirar justificações. Qual rufia que só ergue os punhos quando está debaixo das saias da mãe. Tribunais? Isso, minha gente, é coisa do passado. Está demodeé. Demora tempo e a crise anda lixada, há que mostrar trabalho.

Pelo meio florescem mais plataformas de consensos que os consensos necessários. Insinuam-se partidos novos, avanços e recuos consoante o humor com que se acorda de manhã. Fala-se de tudo e sempre, para se ter direito ao “olá televisivo”. Não se fala de nada e nunca, para não se dizer bestialidades embaraçantes. E ainda se é contra tudo e todos –contra o quê? não sei, contra tudo simplesmente – porque quando se era criança brincava-se sozinho no recreio longe dos outros meninos e meninas que nos ignorava.

O resto, o povo, o povinho, o povão, as pessoas, a populaça, cá anda. De mãos nos bolsos a ver a orquestra passar. De resto, o Diabos que os levem!
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