Um destes dias não estava para sair do escritório para almoçar. Declinei, o mais gentilmente que consegui, todos os convites para almoçar. Tinha o meu livro para ler e, ainda, alguns papéis para despachar. Fui, portanto, o último resistente a afastar-me do computador onde trabalhava.
Antes de almoçar fui ao W.C. e, quando levanto a tampa da sanita algo flutua por aquelas águas. Pois é, e na impossibilidade de dizer isto de outra forma cá vai, um senhor cagalhão olhava para mim.
Nojices à parte, desmancho-me a rir. Ainda não tinha ido à casa de banho nesse dia, mas de certeza que alguém tinha ido. Já me encontrava sozinho no escritório e pensava quem teria sido o obreiro da obra, passe a redundância, que ali estava. Ria-me e imaginava a cara de quem quer que fosse, quando chegasse do almoço e tivesse de ir à casa de banho.
Sucede que de repente se fez luz. Quem quer que tinha sido, a primeira pessoa a ir ao W.C. ou até mesmo a última, não se acusou nem ninguém foi acusado. Logo, quando alguém chegasse ao escritório, e tendo sido eu a única alma que por lá ficou, poderia dizer que fui eu. O meu gozo rapidamente se transformou
Repetidamente puxei o autoclismo e nada. Desesperava até que, não faço ideia porquê, descobri um balde no escritório. Despejei violentamente e rezei. E a morte atingiu a merda. Salvo.
A cagona jamais foi descoberta. Mas hei-de descobrir quem amerdalhou a minha hora de almoço. De almoço só a hora, porque almoço nem vê-lo nem o quis ver.