No fundo, é uma coisa lixada. Isto dos sapatos. Gostava de conseguir estruturar melhor esta coisa dos sapatos. Como algumas mulheres que conheço. Mas não. Não reúno essa habilidade.
Comprar sapatos é uma arte. Aposto. Sapatos e seus derivados, claro. Saber que sapatos escolher. Cada vez que pego num par morro mais um pouco. Cada vez que experimento mais uns e não gosto, sou fuzilado brutalmente pelo olhar das empregadas. Olham para mim como quem diz que, no fundo, não sei o que quero. Mais grave, não sei. Têm razão.
A contagem vai em 1500 lojas, 3000 pares de sapatos, e seus derivados, e nada foi adquirido. Começo a questionar a minha sanidade. Começo a questionar porque insisto. Bem, isto no fundo é fácil, preciso de algo que me evite criar chagas na sola dos pés do alcatrão, calçada ou simples cascalho que habitam as nossas ruas.
Não interessa os critérios. Sim, porque utilizo critérios para saber que tipo de sapatos quero. Não interessa. Modifique os critérios, ou não os tenha de todo, e a demanda será ridiculamente infrutífera na mesma. E esta, não aparente ter fim próximo.