- Não sei, experimenta na pasta Y.
- Sim, na pasta Y.
- Deram outro nome?
- Acho que não.
- Pois, acho que não.
- Encontrei.
- Ok.
- OK.
Se alguém perdeu um papagaio favor contactar. Sei de um com forma humana.
Tive insónias a noite passada. Revolvi na cama infinitas vezes. Não foi nada. É mentira. No entanto, acho que há algo de infinitamente romântico nas insónias. Já as tive várias vezes. Nessas alturas não as acho nada que não sejam odiáveis. Abomino-as mesmo.
Tive insónias a noite passada. Não tive. É mentira. Mas foi como se tivesse. Acordei cansado, esbaforido. Era tempo de me entregar a alguns prazeres tão mundanos que são aborrecidos e sem graça de partilhar. É certo que chovia, não interessa. Não é por isso que não saia de casa.
Apertei a gola do casado e ajeitei o cachecol que me envolve até entrar no café. Não um simples café, mas O café. O senhor do balcão acenou-me. Um gesto cúmplice de quem já tem mesa. Perto da janela. Estrategicamente posicionada. Aquela hora da manhã o chá quente e Joy Division ecoava-me nos ouvidos pelo Ipod, deixei-me ficar. Ao meu lado repousava o livro que trouxe. Ali ficou. Limitei-me a apreciar aquele momento.