I wish I were a Warhol silk screen hanging on the wall. Or little Joe or maybe Lou. I'd love to be them all. All New York's broken hearts and secrets would be mine. I'd put you on a movie reel, and that would be just fine. Ian Curtis
6.6.10

 

Que melhor pode haver que o cheiro da sua pele húmida após o banho. O degustar do sabor da pele. O encontro dos lábios. Parados, apenas se tocam. Sentem-se. Apreciam-se. Ouvir o som da respiração passar pelos nossos lábios. Beber cada golfada da sua respiração e inspirarmos o seu desejo.

 

Que melhor pode haver que o toque. Simples, directo, abrasivo. Quente. Lá, no coração, pela pele chega lá. O macio a roçar pela nossa pele. O delicado passar dos seus cabelos pelo nosso rosto, corpo. Cada fio da sua essência, extensão ali, ao pé de nós.

 

Que melhor pode haver que sorriso maior. Isto é que realmente importa. Não há maior gratificação.

 

Seremos verdadeiramente sós sem afecto. Sem um pouco de nós.

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Um vislumbre da minha mesa de trablho agora que o tema é infracções tributárias. Coisa para ser engraçada.

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Num dia destes num café pós laboral onde só havia gajos, surge a seguinte frase:

 

- É assim, na realidade a coisa é muito simples: quando me candidatei foi ao lugar de namorado. Candidatura aceite fiquei com o lugar. Ora, agora ela quer ser amiga? Vou ter que me contentar com metade? Nem pensar, ninguém gosta de ser despromovido.

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As férias eram aquele período que esperávamos o ano inteiro. Era a altura de sermos reis. A rua era nossa. Adorava aqueles dias que passava na minha avó. Os lanches eram feitos tudo aquilo que eu queria. Tudo aquilo que a minha mãe não queria que eu comesse. Mas essa era uma das funções dos meus avós. Chouriço assado com leite e café para o lanche. Coca-Cola e sandes a rebentar de marmelada dos mais variados gostos.

Os dias eram passados na rua. Éramos putos, mas éramos felizes. Não havia brancos, pretos, amarelos, às risquinhas ou sequer às bolinhas. Não éramos de direita, de esquerda, não sabíamos quem era Salazar ou Ché Guevara. Interessava quem marcava mais golos, corria mais rápido, pedalava com mais força ou conseguia subir à árvore mais alta.

Éramos putos, e éramos sonhadores. A pergunta “que queres ser quando fores grande?” ainda fazia sentido. Todos queríamos o que o outro quisesse ser, éramos amigos para sempre.

Todos esperávamos pelo jogo contra os da rua de cima. Era um momento importante. Enchíamos o peito e lá íamos nós. A bola era a que conseguíamos desenrascar naquele dia. Se fosse uma “oficial” tanto melhor. Todos éramos grandes génios. Todos iríamos ser o novo craque nacional e jogar no nosso clube de eleição. Se ganhássemos humilhávamos os da rua de cima. Se perdêssemos éramos humilhados. Aceitávamos isso como se fosse uma das regras mais antigas de sempre da vida em comum. Não importava se o jogo fosse num campo, no relvado do jardim ou mesmo na calçada.

As nossas aventuras e as nossas histórias eram sempre as melhores. Quando todos os anos a neta da senhora da casa ao fim da rua vinha para passar as suas férias, lá enchíamos nós de novo o peito. Não sabíamos o que era gostar de uma rapariga. Sabíamos que tínhamos de ser nós a impressiona-la. Nem que fosse irmos roubar o vinho do pastor, enquanto este dormia rodeado dos seus cães. Sermos apanhados e ficarmos de castigo compensava. Nem que fosse ir à fruta do “velho que tem a caçadeira” porque ele nunca acertava em ninguém. Ninguém podia ter medo. Ninguém podia ser covarde. Quem tivesse era prontamente apelidado de “maricas”, “menina” ou “medricas”. Ninguém queria ficar para trás. Éramos putos, mas éramos heróis.

As férias só aconteciam ano após ano. E ano após ano era cada vez mais como desconhecidos que nos encontrávamos. Já não éramos putos. Já não éramos heróis. Mas ainda éramos felizes. Mas também éramos gabarolas. Todos já tínhamos beijado uma rapariga. Já todos tínhamos sentido o corpo de uma rapariga, quando muitos de nós nem buço ainda tínhamos.

Hoje, somos completos estranhos. Dizemos olá quando nos vemos. Notamos como somos diferentes. Nenhum é mais o puto que era. Mas todos olhamos com nostalgia para os miúdos na rua a jogar à bola. Ainda recordamos como era correr a calçada de bicicleta. Já não somos putos, mas ainda existe um puto em nós.

link do post Eu e o meu Ego, às 14:57  comentar

 

Everyday is like Sunday. Canta Morrisey. Não sei, mas detestava que assim fosse. Acho que há uma raiva surda que desperta sempre que se acorda e, olha é domingo.

Não vejo utilidade no domingo. É um dia morto. Foi brutalmente assassinado e nunca ninguém disse isso ao Sábado. Acho que é tempo de lhe contar e ele avançar com a sua vida. Arranjar uma nova companhia de fim-de-semana. Ninguém o vai levar a mal.
link do post Eu e o meu Ego, às 14:54  comentar

 

Amo o Porto. Faz agora um ano que fui, pela última vez, ao Porto. Recordo passar pela Ponte da Arrábida e a névoa nostálgica do Porto abraçar-me, esmagar-me. O meu amor continuava vivo.

 

O porto é mágico. Não o conheço como o queria conhecer. Ainda bem. Tenho a terrível tendência de me desiludir com o que conheço bem. Não é vício. É feitio. Adoro tomar o pequeno-almoço na ribeira. Adoro terminar a tarde a beber um copo na ribeira de Gaia – não é Porto mas este pedaço para mim estende-se. O sol tem um brilho diferente. Mas também é soturno. Quente.

 

O Palácio de cristal e o seu magnífico jardim com a vista privilegiada governam imponentes o rio. Serralves parece um local que sobreviveu ao tempo. Dos anos de charme da cidade, foi banhada em modernismo. O seu jardim é o seu jardim, à falta de mais palavras. A Rua de Santa Catarina. A Foz lembra um pequeno pedaço do tempo perdido, de extensa influência dos Hamptons americanos dos anos 60. Magia na forma de cidade.

 

Soube envelhecer. Criar história e estórias. Desenvolveu a sua áurea e aperfeiçoou os seus encantos. Fez milhares de amantes. Com todos desenvolveu a sua ligação. Eu sou mais um. Rendido aos seus perfumes inebriantes. Mais um, apenas. São tantos. Faz agora um ano que lá fui, pela última vez. Eu espero. Até à próxima.

link do post Eu e o meu Ego, às 14:53  ver comentários (1) comentar

 

 

Sexta, enquanto tomava o meu simpático café pós laboral e punha a leitura de jornais em dia no monumental, cheguei à conclusão que há uma série de gente que admiro. Não admiro pelas suas qualidades inebriantes de qualquer coisa. Admiro-as pela coragem que demonstram.

 

Enquanto bebericava o café, como disse, constatava que imensa gente se tinha encontrado para aqueles cafés iniciais em que ainda não há nada a não ser uma vontade doida de saltar para cima do outro. Como sei? Não, não ouvia as conversas porque estava de phones nos ouvidos, mas era toda uma forma de se olharem, falarem, no fundo mentirem: vê como eu sou diferente de todos os outros(as) e isento(a) de defeitos. Mas isso fica para outro dia.

 

Admiro essa gente porque o café, tal como o meu, ocorria após um dia de labuta diária, sendo que o deles é aquilo que na gíria os americanos chamam de “date”. Ora, e assim, e como mencionei em cima, há que estar no melhor, para se mentir melhor.

 

Sucede que ninguém, mas ninguém está no seu melhor após um dia de trabalho. Após 6, 7, 8, o que seja, de trabalho. Admiro portanto, a coragem de irem impressionar quem quer que seja com a cara macilenta, os olhos turvos, a roupa amarrotada e por aí fora.

 

Eu? Apenas foi beber café, se impressionei alguém foi apenas a senhora dos jornais a quem disse o meu alegre boa tarde e um bom fim-de-semana.

link do post Eu e o meu Ego, às 14:46  comentar

 

 

Estou com vontade de ouvir algo mais calmo.

link do post Eu e o meu Ego, às 13:49  comentar

 
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