O despertador faz-me acordar, ecoa no quarto, pela casa, o som cavernoso de Joy Divison "Love will tear us apart". Sorumbático aproximo-me do telemóvel e não tenho nada. Nem uma sms curta e desprendida de qualquer sentido. Nem uma chamada perdida. Nada. Apenas tenho a memória da tua imagem com aquele teu vestido, que sabes que adoro, a entrar no táxi dizendo-me adeus.
Enquanto bebo o meu café e aprecio a rua que ganha vida para mais um dia, recordo-me cada vez mais. Recordo-me quando uma manhã saíste de minha casa com a maquilhagem já meio desfeita, os cabelos compridos desgrenhados cobriam-te a cara onde se rasgava um sorriso. O teu sorriso. E sempre, mas sempre, sinto-te como uma personagem perdida no tempo. Menina rebelde dos 60 no tempo que corre. As cores, os tiques, tu.
Acabo o meu café. A rua está cada vez mais movimentada. Chega a minha altura de sair também.
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