A cena decorre numa estação de comboios. Gostaria de descrevê-la a preto e branco, comigo de sobretudo de gola levantada acendendo despretensiosamente um cigarro e que quando olhasse para o lado, ali estava ela. Com a sua trenchcout que lhe moldava o corpo. E por ai fora. Ainda que mais cliché fosse impossível. E até porque nesse campo estou servido, muito obrigado.
Mas a cena realmente decorre numa estação de comboios. As 7:20 da manhã, um gelo do caneco e uma parafernália de gente à volta. E pronto, o meu primeiro dia de transportes para a labuta diária.
Já tenho algumas semanas no bucho no novo local, mas só agora comecei a utilizar outro meio de locomoção. A razão é o meio ambiente e o aquecimento global. Minto. Com todos os dentes que tenho na boca, a razão é meramente económica.
Bem, foi a primeira vez e pensava que me ia suceder uma data de coisas para contar, mas não. Apenas a pessoa que se deixou dormir para cima de mim. Claro que foi prontamente sacudida para o lado, que eu não gosto cá de confianças.